quarta-feira, 13 de maio de 2009

Quanta barbaridade

É impressionante a sucessão de escândalos no governo Yeda. A casa que foi comprada com dinheiro do caixa 2 de campanha, com doação de uma empresa que tem recibo, mas que não consta na prestação de contas. A principal testemunha morreu em situação até hoje duvidosa e a testemunha, a viúva, passa a ser desconstituída publicamente. Mas em que mundo estamos?

Enquanto isso, boa parte da imprensa adota a cautela para divulgar os escândalos, inclusive se posicionando, falando que nada está provado. Realmente não está, mas é hora do bravo e politizado povo gaúcho cobrar o esclarecimento dos fatos, que só virá com uma CPI na Assembleia Legislativa. Só essa CPI terá condições de investigar tudo e mostrar de que lado está a verdade.

Chega de tanto escândalo, de tanta vergonha, de tanta roubalheira! Isso precisa ser tirado a limpo imediatamente, pois o Estado não pode mais ficar paralisado por crises mal resolvidas. Só merecemos a verdade!

Falei!

Aproveito para compartilhar com todos esse brilhante texto do Juremir Machado da Silva, publicado no Correio do Povo desta terça-feira, 12 de maio:

Mera coincidência

(JUREMIR MACHADO DA SILVA - CORREIO DO POVO 12/05/2009)


É tanta coisa acontecendo em Palomas que não consigo mais falar de outros assuntos. Um homem apareceu boiando no lago de Palomas. Tentaram explicar o fato dizendo que não era lago, mas rio. Faz sentido. Muda tudo. A oposição denunciou um escândalo de caixa 2 no governo local. A Rede Baita Sol tratou de afirmar que eram denúncias sem prova, apesar de os denunciantes terem visto horas de gravação. Pois não é que agora uma revista estrangeira descobriu uma gravação onde o homem que morreu conversa com um colega e ambos admitem os fatos denunciados. A Rede Baita Sol estranhamente acha, outra vez, que é denúncia sem provas. E a gravação ouvida? E o depoimento da viúva do principal envolvido?


— Fedeu! – exclamou o principal defensor do governo.

— Essa gravação não prova coisa alguma – disse outro.

— É tudo requentado – declarou a principal interessada.

Candoca, o inocente, espantou-se. É um sujeito abilolado e sempre faz perguntas inconvenientes e bobas:

— Mas essa gravação não é justamente a prova que faltava?

— Cala a boca, idiota. Essa prova não tem valor jurídico.

— Por que não tem? É falso o que os homens confessam lá?

— Puxa, Candoca, tu és muito burro mesmo. Cala a boca.

— E o depoimento da viúva não serve para nada? Por que os dois estariam mentindo numa conversa só entre eles?

— Chega, Candoca. A viúva é louca, o morto tinha problemas emocionais e o outro não merece respeito. Além disso, os supostos doadores negam ter dado o dinheiro.

— Ah, bom! Por que eles iriam admitir? Depois eu é que sou burro! Tem cada coisa esquisita em Palomas. Credo!

— Candoca, Candoca, quer ir ver se estou na esquina?

— Se a oposição fosse governo, como no tempo do bigodudo, certa mídia não estaria pedindo o impeachment?

— A oposição não é governo, burro, pois ela é oposição.

— Quando teve o mensalão em Palomas, pediram o impeachment do presidente. Não se deveria fazer o mesmo agora? Não consigo entender a diferença. Que coisa!

— Aprende uma coisa, Candoca: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Só fale coisa com coisa, seu!

— Ah, é? Não teve uma agência de publicidade ganhando a renovação de um contrato após ter feito alguns favores?

— Candoca, seu idiota, isso é tudo mito. Não existem provas. E as coisas nunca funcionam assim em Palomas. Aqui, tudo é diferente. Somos mais éticos. Cala a boca.

— Está bem, mas eu só queria entender uma coisa: é possível inventar ou montar as vozes de dois homens dizendo o que eles não disseram? Ou as vozes não são deles? Mas a viúva não ouviu e confirmou? O repórter não comparou as vozes com as dos supostos donos delas?

— Candoca, desse jeito, vais arrumar sarna para te coçar.

— Não entendo. O problema não era que se tinha denunciado tudo sem apresentar gravação alguma? Pois agora que apareceu uma gravação, me diga, não era o que faltava?

— Candoca, definitivamente, tu não passas de um imbecil.

Qualquer semelhança dessa história com fatos reais é mera coincidência. Palomas não serve de parâmetro. Lá, os representantes da comissão de ética costumam se lixar para a opinião pública. Só em Palomas mesmo. Credo!

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