sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Balanço de 2010


Quando o ano vai chegando ao fim, geralmente somos movidos pelo sentimento de projetar o que vem pela frente a partir dos brindes, fogos de artifício e abraços da meia noite. Eu sempre fico pensando no futuro, mas hoje estava refletindo sobre tudo que me aconteceu em 2010 e resolvi fazer um balanço do ano no seu último dia. 

Iniciei 2010 com muitos amigos nas areias de Copacabana. Foi o reveillon mais divertido da minha vida, com horas seguidas de alegria e muitas risadas. Curti dias maravilhosos no Rio, minha terra por adoção, e depois fui para a Bahia, onde vivi dias mágicos no paraíso. O carnaval foi muito diferente dos anteriores. Esse ano troquei os agitos de Salvador pela tranquilidade das praias de Santa Catarina.

Nesse ano trabalhei muito. Ano de campanha eleitoral é sempre mais emocionante. Nesse, depois de eleger minha deputada federal, governador e senador no Rio Grande, foi hora de assumir outros compromissos. Passei o segundo turno viajando o Brasil colado naquela que seria consagrada pelas urnas como a primeira mulher a governar o nosso país. Conheci grotões desse país que nunca havia imaginado colocar os pés. Foi uma experiência emocionante e inesquecível.  

Em 2010, quebrei o dedinho do pé ao chutar uma cadeira na madrugada. Também quase arranquei o dedo da mão ao deixá-lo preso na porta do carro. O coração também teve algumas lesões, mas bem de leve. Comecei o ano apaixonado e a distância me obrigou a colocar esse sentimento na geladeira. Me apaixonei de novo, mas dessa vez foi uma ilusão que logo virou desilusão. Me apeguei e desapeguei com a mesma intensidade.

Foi o ano que me tornei popular no Twitter - concedi até entrevista para a televisão por conta disso -, abandonei o Orkut e me entreguei ao Facebook. Sori muito mais do que chorei. Me deparei com situações muito desconfortáveis que me fizeram perder um pouco o chão. Mas também foi o ano de uma energia boa, onde encontrei equilíbrio e maturidade para enfrentar todos os desafios.

Viajei para a Europa e vivi dias de puro encanto em Madri, Amsterdã e Barcelona. Me permiti viver com vontade. Me joguei! Fui um pouco mais seletivo com amizades e vi que isso é bom. Vi meu time conquistar mais uma vez a América. Também me irritei com o meu time, mas a nossa história de amor supera qualquer dificuldade, afinal "nada vai nos separar."

O fim do ano foi de intensas novidades. As mudanças profissionais me trouxeram de volta para Brasília três anos depois de partir. Deixar Porto Alegre mais uma vez foi um processo estranho. A excitação da mudança marchou paralelamente ao saudosismo. Mais que isso, desmontar meu apartamento, rever pertences, encaixotar minha vida e deixar o meu Bom Fim para trás não foi fácil, mas necessário. Ali, naquele apartamento, naquele bairro, naquela cidade, vivi um ciclo único da minha vida. Foi um período de autoconhecimento profundo, no qual pude viver a minha independência com tanta intensidade. Essa palavra, por sinal, esteve mais presente do que nunca nesse ano. Como fui intenso em tudo que vivi.

Nos últimos dias do ano, conheci meu irmão de quatro anos e percebi que tenho mais uma pessoa para amar no mundo. No último dia do ano, recebi a triste notícia da morte prematura de um amigo, que deixará saudades e boas recordações.

Foi muito bom viver 2010. O balanço é positivo e me faz receber o ano novo com muita empolgação e alegria. Que os próximos 12 meses sejam tão bons, especiais, desafiadores e intensos.

Viva 2011!

Falei!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Barcelona


Barcelona é uma cidade louca e como foi bom curtir essa loucura nas minhas férias. Caminhar pela La Rambla logo na chegada é a melhor das recepções. Se não bastasse o charme natural do calçadão largo, coberto por árvores, ali se concentram as mais diversas manifestações culturais, seja na rua ou no imponente museu Liceu. Também é na La Rambla que está o Museu de Cera, o colorido e pulsante Mercado de San José e, lá no fim, está o Mar Mediterrâneo.

E foi nessas imediações, num bairro fortemente marcado pela imigração, que fiquei hospedado e vivi uma das mais mágicas experiências da minha vida. Fiz amigos da Inglaterra, da Guatemala, da Colômbia, dos Estados Unidos, da Alemanha, da Holanda, do Nepal, do Japão e até do Brasil. Sim, Barcelona - e em especial o Be Hostel - foi o lugar que proporcionou o maior e melhor intercâmbio dessa viagem.

A capital da Catalunha é predominantemente plana. Os poucos morros existentes ficam ao redor da cidade, o que permite uma visão panorâmica inesquecível. E é num desses morros que conheci um dos lugares mais encantadores do mundo. O Parc Güell é um parque todo feito com obras de arte de Gaudi. Cada ambiente é uma paisagem diferente neste ambiente absolutamente apaixonante, com Barcelona aos nossos pés. A energia daquele ambiente é única e inesquecível.

Como amante do futebol, vivi uma experiência que também ficará para sempre na memória. Tive a oportunidade de assistir ao vivo a um dos maiores clássicos de futebol do mundo: Barcelona X Real Madrid. O resultado de 5 X 0 para o time da casa foi só mais um ingrediente dessa mistura perfeita. Participar da festa da torcida do Barcelona diante de vários dos melhores jogadores do mundo é o saldo altamente positivo.

Pedalei muito em Barcelona, conheci praças, avenidas, arenas de touradas, mercados, a praia... ai, como foi bom encontrar o mar, mesmo no frio. Como diz o Nando Reis, "quando a gente fica em frente ao mar, a gente se sente melhor." Fui a loucas festas num acaso do destino. Cantei, dancei, me diverti, bebi, dancei no palco e fiz tudo que tinha direito. Foi em Barcelona que eu me joguei e vivi intensamente as férias que tanto esperei. 

Cada palavra que escrevo sobre Barcelona me deixa com saudades. Como foi incrível viver essa louca e caliente aventura. 

Falei!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Amsterdã


Amo viajar! Na minha opinião esse é um dos maiores prazeres da vida. Conhecer lugares, pessoas, culturas... isso enriquece muito. No entanto, não tenho o sonho de conhecer muitos lugares. Curto o inusitado, esteja ele em alguma cidadezinha da Serra Gaúcha, em alguma praia do litoral nordestino ou em algum ponto do mundo. Mas havia dois lugares no mundo que sempre sonhei em conhecer. Um deles conheci nessas férias: Amsterdã.

Toda vez que via alguma foto ou vídeo de lá, ficava encantado com aquele lugar tão peculiar. As pessoas que já conheciam me diziam que era impossível descrever em palavras. Se é...

Quando cheguei no aeroporto da cidade, veio a primeira surpresa: minha mochila não havia chegado, ou seja, eu estava com a roupa do corpo em Amsterdã. Fui registrar a ocorrência e veio o segundo choque: o idioma. O inglês que eles falam é diferente do que aprendemos nos cursos e estamos acostumados a ouvir em filmes. Depois acabamos pegando o trem errado e por pouco não fomos parar no norte da Holanda.

Passados esses contratempos, comecei a viver um conto de fadas. É incrível caminhar por aquelas ruas extremamente organizadas e ver um cartão postal em cada lado que se olha. Os prédios são lindos, as pessoas são lindas, as bicicletas são lindas, a paisagem nem se fala... tudo é perfeito!

Depois que a mochila chegou e eu me familiarizei com o idioma, tudo ficou ainda melhor. O coroamento foi a locação de bicicleta para pedalar muito por aquelas ruas nos dias de muito frio do outono europeu. O trânsito lá é feito para as bicicletas. Todo mundo tem uma, para desfilar sua elegância sobre rodas. Sim, todas as pessoas são elegantes, inclusive enquanto pedalam.

Se faltou o colorido da primavera, sobraram paisagens maravilhosas. Os dias são curtos, a maioria do tempo é escuro, mas Amsterdã está sempre pronta para te surpreender. Quando achávamos que todos os dias seriam cinzas, surgiu o sol. Daí tudo ficou mais lindo, e obviamente, mais iluminados.

A liberdade que se respira em Amsterdã não se restringe aos Coffee Shops. Esses estabelecimentos servem para provar o quanto eles são evoluídos e o quanto precisamos evoluir. Mas a liberdade de Amsterdã está nas ruas, nos canais, nas músicas que se ouve pelas ruas, nos parques, nas bicicletas, nas pessoas, na consciência.

Cada minuto que vivi em Amsterdã foi mágico. Esse é o resumo. Isso só me deixou com gostinho de quero mais e com uma certeza: em breve eu voltarei. Muitas vezes! Até porque I AMsterdam....

Falei!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Nada vai nos separar


Uma das frases cantadas pela torcida colorada diz “nada vai nos separar”. Eu poderia destacar muitas frases dos cantos da torcida ou do hino do meu time, mas essa tem um significado muito singular para mim.
 
Sou colorado desde sempre e para sempre. Nunca me imaginei torcendo para outro time senão para o Clube do Povo do Rio Grande do Sul. O vermelho é minha cor, minha paixão. Ser colorado faz parte da minha identidade.
 
Nasci numa família bem dividida entre colorados e gremistas. Mas essa divisão era só na minha família. Quando fui para a escola, me deparei com outra realidade. Vivíamos uma época – décadas de 80 e 90 – em que o clube rival ganhava tudo. Então era pop ser gremista. Quantos colegas de famílias inteiras de colorados se tornaram gremistas. Eles eram muitos. Nós éramos poucos, mas resistentes. Me lembro de cada um dos poucos colegas e amigos colorados e da festa quase solitária que fazíamos quando o Inter ganhava algum jogo ou o Gauchão. Quando ganhávamos um Gre-Nal, era o nosso dia de maior satisfação, pois o gostinho daquela meia dúzia ganhar do time de centenas era único.
 
Eu recordo dessa época para reafirmar meu coloradismo. Não escolhi meu time pelos títulos ou pelas vitórias, mas pela paixão e pela garra. Depois veio uma época em que passamos a ganhar tudo e tenho certeza que a quantidade de colorados em idade escolar cresceu muito. Ganhar é bom. Mas perder é da vida. E nós colorados sabemos perder como poucos.
 
Até hoje eu comemoro cada título – do Gauchão ao Mundial – como se fosse o primeiro. Esperei muito para ver cada um deles e me orgulho de viver uma era tão gloriosa. Entretanto, também sei perder, e como sei. Fiquei triste com a derrota do meu Inter para o africano Mazembe. Eu sonhei que repetiríamos as glórias de 2006 em 2010. Não deu. É sofrido, mas faz crescer, amadurecer. O sonho do BI mundial não acabou, só foi adiado. E essa derrota não abala em nada a minha paixão pelo meu time, afinal de contas, NADA VAI NOS SEPARAR. Jamais!
 
Falei!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Madri



Nessas férias tive a grata oportunidade de conhecer Madri, capital da Espanha. Quando eu estava planejando a viagem, conversei com vários amigos que já haviam feito um giro europeu antes. Como meu vôo do Brasil chegava e saía de Madri, ficar alguns dias na cidade era obrigação, mas todos me aconselharam a ficar pouco, pois diziam que a cidade não tinha muito o que fazer. Ou não me conhecem, ou definitivamente não conhecem Madri.

Não havia melhor porta de entrada na Europa. É uma cidade grande, iluminada, vibrante. As avenidas largas, os prédios antigos bem conservados e as centenas de monumentos espalhados por todo o canto enchem os olhos. Tudo é muito limpo e organizado. As pessoas são elegantes e se respira ares de liberdade, onde a diversidade é muito presente e todos convivem bem com ela.

Andei muito por Madri. Das lojas da Gran Via, ao burburinho da Montera. Das belezas da Puerta Del Sol, aos encantos da Plaza Mayor. Das peculiaridades da catedral, ao luxo do Palácio Real. Do inigualável Museo Del Prado ao agito da noite efervescente. Andei por tudo. Gostei de tudo.

Como foi bom viver Madri por alguns dias. Foram poucos, mas intensos. Voltei com gostinho de quero mais. Tenho certeza que eu e Madri ainda teremos muitos e intensos encontros.

Falei!