quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Salve São Sebastião do Rio de Janeiro!


Hojé é dia de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro. Por esse motivo, é feriado na Cidade Maravilhosa, que comemora aniversário no dia do seu santo protetor. Eu sou suspeito para falar do Rio. Tenho um amor e uma intimidade tão grande com essa cidade que começar a elogiá-la me soa como um auto-elogio. O ar e o astral do Rio combinam muito comigo. E me fazem muito bem.

Mas se a capital do estado traz uma energia tão boa, falar do interior do estado tem sido triste ultimamente. Como são estarrecedores os acontecimentos dos últimos dias, que vitimaram fatalmente mais de 700 pessoas até agora e deixaram mais milhares em situação completamente desumana.

Ontem eu fui ao Rio. Mas não foi para visitar os encantos da capital, mas a tristeza do interior. Estive nas cidades atingidas. Mais que isso, visitei ginásios que abrigam centenas de famílias que perderam literalmente tudo. Posso garantir uma coisa, a situação é muito pior do que relata a televisão. Olhar nos olhos daquelas pessoas e não conseguir achar um resquício de brilho de esperança machuca muito. São aqueles momentos que nos fazem refletir sobre nossos valores de vida.

O que aconteceu foi uma revolta da natureza - que não para de enviar recados que está saturada das loucuras humanas - que veio varrendo o que viu pela frente. A tragédia não escolheu classe social, pegou ricos e pobres. É claro que os pobres sempre sofrem mais. Nesse caso, porém, quem ficou vivo já tem muitos motivos a comemorar. Mas é algo terrível.

Agora como é legal ver a solidariedade dos brasileiros. Por mais que ontem eu tenha ficado sabendo que uma emissora de TV interrompeu o trabalho de dezenas de voluntários que carregavam alimentos há três horas para filmar alguns ativistas de uma organização internacional que precisava ser noticiada, mesmo assim as pessoas estão lá. Ontem, durante todo o o dia, eu via os carros, kombis, caminhões de doações chegando. Como é bom encontrar pessoas que abriram mão do conforto dos seus lares para passar umas horas, um dia inteiro ou dias ajudando a separar roupas, alimentos, ou se dedicando a brincar com as crianças.

Nessas horas eu fico pensando nos oportunistas que resolvem ficar debatendo sobre de quem é a culpa. Ou pior, uns bandidos que resolvem desviar doações ou tirar proveito da situação. Chega a dar nojo! Mas por outro lado, como é satisfatório ver quem se dedica a ajudar de alguma forma. E essa parcela, felizmente, é muito maior.

Resolvi fazer esse desabafo porque eu não podia deixar de me manifestar sobre o assunto. Mas também juntou tudo, o aniversário do Rio que merece todas as minhas homenagens, a tragédia que acabei acompanhando de forma mais direta e o dia de São Sebastião. Sei que os últimos acontecimentos devem ter feito muitas pessoas se questionarem sobre o fato dele e de instâncias superiores existirem. Cada um tem o direito de pensar o que bem entende, inclusive de não acreditar em nada disso. Eu acredito e tenho a certeza que São Sebastião vai ajudar muito na reconstrução da esperança de todas essas pessoas. Até porque os que têm algum ato de solidariedade, tem um pouquinho de São Sebastião dentro de si. É isso que faz a diferença.

Viva São Sebastião! Viva o Rio de Janeiro! Viva a solidariedade brasileira!

Falei!