terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Feliz 2010



Estou de férias, viajando, por isso o relaxamento com o blog. Mas não poderia deixar de registrar meus votos de um ano novo muito especial para todos, muito melhor do que o que passou. Se 2009 foi bom, que 2010 seupere. Se foi ruim, que seja bom.


O ano novo é uma boa data para estabelecermos metas para a nossa vida. Por isso fica a dica de projetar coisas boias, mudanças para melhor, avanços, conquistas, amores... tudo vale a pena!


Um super 2010 para todo mundo e atualizações seguem pelo twitter.


Beijo para quem é de beijo e abraço para quem é de abraço!


Que 2010 seja um ano 10!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O poder do quarto poder

Muito se fala que a mídia é o quarto poder. Na verdade seria o primeiro além dos três formalmente instituídos: Executivo, Legislativo e Judiciário. Mas o verdadeiro poder que a comunicação tem é a capacidade de mobilizar a opinião pública, inclusive sobre a atuação do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.


Um exemplo bem contemporâneo é o escândalo político do Distrito Federal, com provas incontestáveis de corrupção. É verdade que as imagens são muito fortes e falam por si só, mas as denúncias só atingiram esse grau de notoriedade porque a imprensa tem sido emplacável na divulgação. É por isso que o Brasil todo sabe o que está acontecendo em Brasília e a mobilização popular na Capital da República não cessa. O clima é de choque e revolta.



No Rio Grande do Sul as coisas são bem diferentes. Não que aqui não existam escândalos. Existem muitos há bastante tempo. A diferença está no tratamento que a imprensa dá. Por exemplo, o jornal Zero Hora trouxe na semana passada com destaque a chamada: Cpers programa greve e tumultua fim do ano letivo. Pronto, o jornal traz a notícia e já a interpreta, colocando no colo do sindicato dos professores a conta pelos prejuízos da paralisação. A imparcialidade do bom jornalismo manda(ria) que se noticiasse o anúncio de greve e os motivos. Os argumentos deveriam ser do sindicato e do governo. A interpretação tem que ser feita pelo leitor, e não pelo veículo. Os dias seguintes foram de matérias com famílias lamentando e temendo a paralisação no fim do ano, numa tentativa nada sútil de colocar a opinião pública contra os professores.


Mas esse não é um episódio isolado. A crise na política gaúcha, os escândalos de corrupção, as gravações em que agentes públicos negociam a divisão de propina da forma mais descarada possível, a governadora do estado comprando uma casa com sobras de campanha e pior, a mobiliando com dinheiro público, nunca ganharam a mesma ênfase interpretativa. Muito pelo contrário, sempre foi feito um registro, mas já acompanhado de vários "senões." O surgimento de novas denúncias agora é tratado com descrédito e antecipação do debate eleitoral. E até a cobertura do escândalo de Brasília é tratada de forma a tentar convencer que "aquilo sim é que é escândalo", que "o deles é muito pior que o nosso", e assim por diante.


Não é! A diferença está no tratamento e na forma como o tal quarto poder age. Lá de forma implacável. Aqui, sempre com um pé atrás. Prova maior disso é que está prestes a ser empossado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado um deputado estadual envolvido até os cabelos em corrupção e sem a menor condição de assumir esse cargo. Todo mundo sabe disso, mas a Assembleia aprovou, a governadora deu seu aval e o terno da posse está pronto. Tudo isso porque tanto os deputados estaduais quanto a governadora sabem que não haverá uma revolta popular e que na semana que vem ninguém mais fala nesse assunto. E se falar, vai ser como tem sido, como se fosse tudo mais do mesmo ou mais um capítulo da folclórica rivalidade Gre-Nal, responsabilizando esse espírito de forte posicionamentos por tudo, quando na verdade a culpa é deles, que subestimam a capacidade de discernimento das pessoas e difundem a alienação.


Esse poder anda em falta com a população.


Falei!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Carta ao Papai Noel

Coisas da internet, mas que subscrevo.


QUERIDO PAPAI NOEL!

Neste ano você levou o meu cantor e dançarino preferido, o Michael Jackson.

Também levou o meu ator favorito, o Patrick Swayze.

Minha atriz preferida, a Farrah Fawcett, também foi levada por ti, Papai Noel.

Para 2010, quero te lembrar que a minha governadora preferida é a Yeda Crusius.

E que o prefeito que mais amo é o Fogaça.

Não esquece, tá?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Abalou Ivete!


Quem me conhece sabe a admiração e o carinho que tenho pela Ivete Sangalo. E não é só por conta da artista que ela é, mas pela pessoa. Já tive a oportunidade de conviver com a Ivete em várias ocasiões, públicas e reservadas. O que realmente me encantou nela sempre foi a espontaneidade, a simpatia e o bom humor. Conheço outros artistas bem menos famosos que mudam completamente quando ninguém está vendo. A Ivete é sempre igual.

Desde ontem que escuto que ela apareceu no Fantástico "bem gordinha e com um vestido que não a favorecia." Não assisti ao Fantástico mas resolvi dar uma olhada na internet e não só achei as fotos do seu primeiro show após dois meses de licença maternidade, como li um monte de críticas sobre a forma física da cantora. 

Só quem realmente não conhece Ivete Sangalo para achar que ela faria qualquer loucura para emagrecer desesperadamente em dois meses para aparecer em forma e virar notícia pela rápida recuperação. Ou então, que ela usaria uma roupa mais comportada para disfarçar. Tudo isso seria algo absolutamente artificial e que em nada combina com a baiana mais arretada do Brasil.

Quando a pessoa está plenamente feliz e realizada, o que menos importa é o que os outros vão pensar. Todo mundo sabe que uma mulher leva alguns meses para voltar ao normal após o parto. E se ela sempre usou roupas coladas que deixavam as pernas de fora, não há motivo para mudar agora.

Mais uma vez a Ivete me surpreendeu e ganhou ainda mais a minha admiração, por não tentar ser alguém diferente daquilo que ela realmente é: uma mulher talentosa, linda e feliz, mesmo que com alguns quilinhos assumidamente a mais.

Falei!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Eletrizante campeonato


Talvez a tensão no último dia de campeonato seja justamente por conta da emoção e tantos altos e baixos ao longo do ano. Foi um campeonato incrível, disputado até o fim.

Queria muito que meu time tivesse sido campeão. Queria mesmo. Mas sou consciente que vacilamos muitas vezes. Enquanto os demais times se preocuparam em comprar craques, nós só tratamos de vender os nossos e nunca fazer uma reposição à altura. O recado foi dado e temos tudo para corrigir os erros e jogar uma baita Libertadores.

Agora é inevitável falar daqueles minutos em que o impossível parceia estar acontecendo, a tensão, a euforia, o grito preso, o espetáculo lindo do estádio. Durou pouco, mais foi excitante. Assim como foi excitante esse ano futebolístico.

No fim, algumas conclusões. O Inter não foi campeão por erros próprios. Os reservas do Grêmio deram uma aula de dignidade e profissionalismo. E não tem como não se emocionar com a festa da maior e mais bonita torcida brasileira. O Flamengo fez por merecer, deu a arrancada no momento certo e aproveitou as oportunidades.

Parabéns MENGÃO, hexacampeão brasileiro! Merecido!

Falei!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

"Quem não gosta de samba, bom sujeito não é"


Hoje é o Dia Nacional do Samba. Mas na verdade, no Brasil, acho que todo dia é dia de samba. Não há ritmo que melhor represente o Brasil. E não há gênero musical que mais integre as pessoas, independente de idade, sexo, raça ou credo. O samba é uma forma de socialização.

E eu falo aqui do samba de raiz, autêntico, batucado, de roda, alegre. Aquele que cada verso retrata determinada situação sob o ponto de vista do autor. Análise política, declaração de amor, família, amigos e até traição viram música. E sempre de forma alegre.

E não existe roda de samba sem ninguém ao redor. O samba sempre atrai as pessoas. Amigos, desconhecidos ou curiosos sempre se aproximam. E participam. Quem sabe a letra, canta. Quem não sabe, dança. Os mais tímidos, acompanham na palma da mão. Parado ninguém fica.

Por isso nõ há ritmo mais brasileiro. Ele é integrador, alegre e democrático. E é por isso que como o mestre Dorival Caymmi tão bem descreveu, "quem não gosta de samba, bom sujeito não é, ou é ruim da cabeça, ou doente do pé".

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Inter não depende do Grêmio!

O Campeonato Brasileiro de 2009 chega na sua última e decisiva semana absolutamente eletrizante. Para se ter uma ideia, o hoje líder e favorito ao título, Flamengo, só chegou à liderança na penúltima rodada. Colado nele estão três times com a mesma pontuação. Mas foi sobretudo um campeonato medíocre, onde os quatro primeiros colocados não tiveram nem sequer 60% de aproveitamento.

O Internacional é hoje vice-líder e assim deve terminar o campeonato. A única chance dessa história mudar e o título brasileiro voltar para o Beira-Rio 30 anos depois depende de ninguém mais ninguém menos do que do Flamengo. Sim, estamos dependendo do Flamengo, e não do Grêmio.

Somente a ansiedade, a soberba e o salto alto podem fazer o Flamengo perder ou empatar o último jogo em pleno Maracanã lotado em clima de título contra um adversário que só ganhou um jogo fora de casa durante todo o campeonato.

O Inter não depende do Grêmio porque se o tricolor gaúcho jogar o mesmo futebol que jogou durante todo o campeonato, vai perder, como perdeu os demais. Por isso não dá para ficar enchendo a bola dos gremistas, como se estivéssemos dependendo somente da boa vontade deles. Só um milagre faria o Grêmio ganhar esse jogo, pois mesmo quando eles jogaram com vontade, perderam. E se agora começam a dar férias para os atletas e fazer corpo mole, não é para prejudicar o Internacional, mas para justificar mais um fiasco, símbolo de uma campanha e de um ano inodoro, insípido e incolor.

E nada melhor para o ego dos gremistas, que mesmo nos piores momentos continuam arrogantes, do que passarmos uma semana babando o ovo deles. É a chance deles conseguirem durante uma semana ser aquilo que não foram durante o ano todo: importantes. Por isso, não contem comigo nessa campanha.

Por isso considero o Flamengo com uma mão e meia no título já, mesmo ainda tendo aquela pontinha de esperança. Mas com muita consciência de que só a sorte - e muita sorte - pode fazer do Inter campeão brasileiro, pois no futebol e na política administrativa o time cometeu erros imperdoáveis ao longo do ano. É isso que faz o Inter depender da sorte e de um milagre no final do ano, pois quando dependíamos somente de nós ao longo do ano, erramos.

Espero que no ano que vem possamos dar a volta por cima, na disputa da Libertadores. Algumas coincidências nos favorecem: tudo indica que seremos vice-campeões, como em 2005, e disputaremos a Libertadores num ano de Copa do Mundo, como em 2006.

E tem mais. Melhor o Flamengo ser campeão que mais uma vez o São Paulo. Chega dessa hegemonia paulista!

Só mais um pitaco já nos acréscimos, antes do juiz erguer os braços: cheguei a ter uma pontinha de pena dos torcedores do Juventude, rebaixado para a terceira divisão. Mas passou bem rapidinho, pois lembrei das tantas que já nos aprontaram.

Falei!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Violência em alta

Houve um tempo no Rio Grande do Sul - e isso não faz muitos anos - que todos os dias os jornais traziam notícias da violência e da criminalidade. Na verdade não precisava nem abrir o jornal, pois as manchetes sobre segurança vinham estampadas na capa, com destaque.

Hoje as coisas estão diferentes. Não que a criminalidade tenha diminuído. Ao contrário, ela aumentou. O que diminuiu foi o número de policiais nas ruas. E o que despencou foi a cobertura jornalística. Não que isso ajude a mudar a realidade, mas pelo menos alertava as pessoas.

Estou impressionado com as notícias que ouço das pessoas sobre a violência em Porto Alegre. No meu bairro, o Bom Fim, todos os dias uma pessoa é assaltada durante o dia. Todos os dias! Seja uma simples abordagem para levar um celular ou uma facada para roubar um notebook. Carros são arrombados diariamente. Quando o dono volta, perecebe que lhe levaram o step e/ou o rádio.

Nesse domingo, no início da tarde, uma amiga saía de casa no Menino Deus com a filha de sete anos e as duas foram rendidas com armas na cabeça. O carro foi levado e a criança só não foi junto porque os bandidos tiveram um segundo de humanidade e atenderam ao apelo de uma mãe desesperada.

Longe de mim querer fazer desse blog um espaço de sensacionalismo, mas tá demais. A insegurança está tomando conta da cidade e ninguém fala nada. Quando falam, é do Rio de Janeiro. Pior, quando o Rio foi escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016 a imprensa gaúcha deu amplo espaço para alguns recalcados que utilizavam a violência para criticar a escolha. E mais uma vez, sobre a realidade local, um silêncio incômodo, vergonhoso e revoltante. Mas a situação está feia e muito perigosa.

O negócio é se cuidar e falar quando ficamos sabendo de alguma coisa, pois de alguma forma as pessoas têm que saber que estamos vivendo uma realidade assustadora.

Falei!

Emoção até o fim


Esse Brasileirão está se revelando uma caixa de surpresas, contrariando qualquer lógica ou previsão, inclusive a minha. Faltando somente duas rodadas para o final, seis times´têm condições matemáticas de alcançar o título. A diferença do primeiro para o sexto colocado é de seis pontos.

Tá pegando fogo na reta final. E nessa última rodada o Internacional foi o único desses times com chances de erguer a taça que venceu. Difícil é, mas nesse campeonato do imponderável, tudo é possível.

Apesar de todos os erros do ano, esse fim torna tudo mais emocionante. Mais ainda para nós colorados que voltamos a ter esperanças.

Não tá morto quem peleia!

VAMO COLORADO!

Falei!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Barulho de xixi é feio?

Esses dias ouvi o seguinte comentário na televisão: "Esse homem é tão lindo e tão perfeito que não deve nem fazer barulho quando faz xixi." Fiquei intrigado desde então e não paro de pensar se o barulho do xixi é algo feio ou não.

Se for, acabo de descobrir mais uma daquelas contradições da vida. Todo menino aprende, desde criança, que para fazer xixi precisa levantar a tampa da privada, mirar na água que tem no fundo e deixar a urina sair, sempre controlando a mira. Depois tem que sacudir bem, guardar e lavar as mãos. As mães mais rigorosas cobram ainda que a tampa da privada e a porta do banheiro sejam fechadas. É um ritual.

Mas daí descubro que em determinada fase da vida o barulho que a urina faz ao encontrar a água com pressão pode ser feio, desagradável. Olha, ou quem tem essa opinião está redondamente equivocado ou as nossas mães nunca entenderam nada sobre costumes masculinos.

Não adianta, para fazer xixi como as nossas mães ensinaram, de pé e sem respingar no chão ou na própria privada, só mirando na água. Isso faz barulho, sempre. Do contrário, se for para mirar fora da água, vai respingar. A última opção é fazer sentado, mas daí não preciso nem dizer do que vão acusar os homens né?

Portanto, sem frescura. Xixi de homem tem que ser com barulho. E isso não tem nada de feio. É da vida.

Falei!

PS: Já que falei tanto em mãe nesse post, não poderia deixar de referir que ele é escrito no dia que minha mãe está de aniversário.

Mãe, desculpe te homenagear nesse post com assunto tão inusitado, mas também tu já me destes tantas "mijadas" ao longo da vida que acaba fazendo sentido. E agradeço todas elas!

Te amo!

Falei²!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Segunda torta

Segunda-feira já é um dia assustador por natureza. É quando a semana começa de fato e somos obrigados a entrar na rotina após dois dias no mínimo mais leves. Mas essa minha segunda-feira começou absolutamente torta.

Na verdade ela já iniciou no primeiro minuto do dia, quando eu me encontrava em frente ao computador trabalhando em um relatório que precisava apresentar numa reunião às 8h. Fiquei até 01h30 trabalhando nesse material. E pior, sonhei com ele.

Acordei às 6h30 e fui para o escritório para imprimir as 20 cópias do tal relatório para levar para a reunião. Mas não é que a impressora resolveu não funcionar?

Fui para o Centro atrás de um lugar para imprimir e tirar cópias. Mas nada no Centro de Porto Alegre abre antes das 8h. Aproveitei para sacar dinheiro, já que estava sem nada na carteira. Retirei R$ 30,00 e encontrei um lugar para imprimir. Depois de imprimir, organizar o material, grampeá-lo... cadê o dinheiro? Não estava na carteira nem nos bolsos. Sim, eu perdi R$ 30,00 na rua.

Voltei no banco, saquei de novo, paguei as cópias e fui para a tal reunião já com 30 minutos de atraso e ainda indignado comigo mesmo por ter perdido o dinheiro. Mas as surpresas não tinham acabado. Como a reunião era um café da manhã e já cheguei com ela em andamento, tive tempo de simplesmente tomar um copo de suco de uva.

Na hora de sair, veio a conta: R$ 12,50. Era o preço do café da manhã por pessoa. Mas eu não comi! Não interessa, teria que pagar R$ 12,50 pelos 100 ml de suco de uva mais caro da minha vida. É que na verdade essa brincadeira toda custou R$ 42,50.

Só espero que quem achou esses R$ 30,00 no chão seja alguém realmente necessitado, algum desempregado ou uma mãe sem condições de dar o que comer aos filhos. Espero que alguém passe o dia ou a semana feliz porque encontrou R$ 30,00 no chão do Centro no ínicio da manhã de sgunda-feira.

Falei!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

As cores da primavera


Tenho o privilégio de morar ao lado da Redenção e passar por ela todos os dias no caminho para o trabalho. Como diz minha amiga Pimenta, "a Redenção é o quintal das nossas casas."

Mas esse privilégio fica muito melhor na primavera. É impressionante o colorido que o parque e a cidade ganham nessa época do ano. As flores roxas dos jacarandás e as amarelas das sibipirunas formam verdadeiros tapetes coloridos pelo parque.

Dá uma outra motivação no dia de quem tem a benção de cruzar por esse cenário da natureza. 

Falei! 

Gaúchos fora

Meu amigo Paulo Neves, gremistão, vive afirmando: "enquanto o Campeonato Brasileiro for disputado por pontos corridos, nenhum time gaúcho vai ser campeão." O Neves tem toda a razão.

Desde 2003, quando a fórmula dos pontos corridos entrou em vigor, os times paulistas faturaram cinco dos seis títulos disputados e se encaminham para ganhar esse ano de novo. Eu sei que em 2009 o meu time perdeu a chance muito mais por incompetência do que qualquer outra coisa, mas quem garante que se o Inter continuasse competitivo não haveria alguma manobra? Quem lembra do campeonato de 2005, que foi descaradamente e assumidamente roubado, não duvida de nada. E esse ano já teve arbitragem suspeita e notícias de uma tal "mala branca", tudo tratado com naturalidade. Não é!


A fórmula é para favorecer os times de São Paulo e ponto final. O Cruzeiro conseguiu romper essa lógica em 2003 porque era o primeiro ano do novo formato e porque realizou uma campanha impecável. Não tinha como dar o golpe. Mas depois disso, o revezamento fica em São Paulo.


Sou um apaixonado pelo esporte, em especial pelo futebol. Mas esses acontecimentos dão uma brochada. Desde 1996, quando o Grêmio foi campeão, que um time gaúcho não ganha o Brasileirão. E pelo visto, não vai ganhar tão cedo, pois a fórmula favorece os ditos maiores. São coisas que fazem o esporte perder a graça.


Campeões Brasileiros desde 2003:


2003 - Cruzeiro
2004 - Santos
2005 - Corinthians*
2006 - São Paulo
2007 - São Paulo
2008 - São Paulo



* Roubado



Falei!

Extorsão de direitos


Quero aproveitar esse espaço para divulgar o texto de um grande amigo meu sobre um assunto muito pertinente. Concordo plenamente com ele: os direitos humanos só serão afirmados no Brasil quando acabarmos com a hipocrisia.

Falei!


Extorsão de Direitos*

A cidade de São Paulo reúne uma das maiores concentrações da comunidade gay no dia da consciência homossexual, aplaudida pelo poder político, pelos empresários e pelo turismo. Ao Rio de Janeiro foi conferido o titulo do melhor destino gay do mundo. O poder público também aplaude e milhões de moedas estrangeiras e nacionais entram para seus cofres.

De outro lado projetos que prevêem a equiparação de direitos estão a mais de dez anos parados no Congresso Nacional  e, pasmem, o Projeto de Lei 122/2006, que criminaliza a discriminação por orientação sexual, comparando com a lei do racismo, não é votado e portanto contestado. A bancada evangélica é a mais feroz na contrariedade do projeto: “Não temos nada contra o projeto, só não podem nos calar em relação ao que pensamos.”

Esse mix atual de ganhos financeiros e extorsão de direitos básicos, inclusive o da não violência, faz com que a luta LGBT se justifique a cada dia que passa, a cada violência sofrida, a cada injustiça cometida.

* Leandro Bortoli
   Militante LGBT
   ONG Outra Visão

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Samba na Gamboa


Ultimamente tenho reclamado muito da televisão. Tenho achado a programação muito ruim. São poucos os programas que realmente dão vontade de assistir. E não falo só da TV aberta, mas dos canais por assinatura também.

Excessões existem, e uma delas é a TV Brasil, que tem me surpreendido positivamente com uma progrmação de muita qualidade.

Por exemplo, agora. Terça-feira, 22h. Não estava afim de assistir Casseta e Planeta, nem a novela da Record, nem o tal Pé no Chão do Multishow. Achei o Samba na Gamboa, apresentado pelo Diogo Nogueira, hoje com a participção da Mart'nália e do Pedro Miranda, dois baitas sambistas da nova geração, assim como o apresentador.

É claro que sou suspeito porque gosto muito de samba, mas também gosto do que é de qualidade, por isso virei telespectador do programa e da TV Brasil. Aconselho.

Falei!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Samantha in love


Se havia restado alguma dúvida do primeiro encontro, o próximo foi para confirmar: Samantha estava mesmo encantada pelo jovem Smith. Não era simplesmente pelos seus atributos físicos ou pela sua condição inferior (ele era um garçom, lembram?), mas por um conjunto de coisas.

Além do corpo mais do que em dia, Smith tinha algo que não só atraía Samantha, mas a desafiava. Ela sabia que para estar ao lado dele teria que abrir mão de muitas coisas que fazia, teria que abdicar daquela liberdade toda e se livrar de alguns preconceitos. Mas isso não a incomodava, afinal de contas conquistar e ter Smith ao seu lado era a única coisa que realmente importava.

E essa mudança de comportamento apontava que algo de muito diferente estava acontecendo com Samantha. O simples fato dela estar disposta a mudar seu comportamento por causa de alguém era algo inédito.


As amigas custaram a crer que aquilo era realmente sério. Para todas era só mais uma aventura de Samantha, aquela que pegava sem se apegar, que colecionava casos. Mas não era. Sam percebia que todo mundo estava um pouco descrente com o seu sentimento. Isso pouco importava. A sua única preocupação era Smith.

A verdade é que havia um sentimento diferente. Sim, Samantha estava apaixonada. Agora só faltava saber se Smith estava na mesma onda. Mas isso é um assunto que vem mais adiante, pois essa história continua...

Falei!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Ferrari está chegando


Queria ter escrito sobre isso antes, mas o meu computador está que nem o Victor: teoricamente é o melhor, mas na hora que mais se precisa dele, acaba falhando. No entanto, os milhares de leitores desse blog devem estar inquietos, carentes do meu comentário sobre o clássico Gre-Nal do domingo.

Foi uma baita festa, um grande jogo de futebol onde o melhor venceu. Se não jogou o esperado, se perdeu chances, se isso, se aquilo não me interessa, continuo com o mesmo raciocínio do início do campeonato: o que vale são os três pontos. O resto, como diriam os BBBs, é coisa da edição.


E esses pontos são especiais, pois ganhar um Gre-Nal é como ganhar um campeonato. É da rivalidade, não adianta. A flauta é direta, a alegria é completa, enquanto um ganha o outro perde. E esse ano foram cinco vitórias coloradas em seis jogos disputados. É no clássico que alguns jogadores que andavam meio apagados voltam a brilhar, e alguns que eram tidos como imbatíveis falham.

Mas o melhor é o clima do torcedor. Ao meu lado, no Beira-Rio, estava um senhor que chorava antes de começar a partida. Era o nervosismo pré-clássico. Conversei um pouco com ele, que logo me apresentou seu filho, chamado Larry, em homenagem ao ídolo colorado Larry Pinto de Farias, que jogou no Internacional de 1954 a 1962, consagrando-se como grande goleador do Rolo Compressor e autor do primeiro gol no estádio Olímpico em vitória do Inter por 6 X 2 com 4 gols dele. 

Para alguns pode parecer doença, mas isso é fanatismo, é torcida, é um sentimento indescritível. No fim do jogo procurei pelo torcedor novamente. Estava sentado, sozinho, enquanto a torcida ía deixando o Beira-Rio. Chorava novamente, dessa vez de emoção, e mormurava algumas palavras que não entendi, mas me pareceu que tentava cantar os hinos da torcida de forma completamente confusa. Dei um abraço nele, que me retribui com um beijo no rosto, acompanhado da frase: "Acho que vai dar!"

Sim, esse Gre-Nal se tornou mais especial ainda porque mostrou que o Inter está vivo na disputa do Brasileirão. Agora a coisa vai incendiar. E como bem definiu o técnico Mário Sérgio, o motor da Ferrari roncou. E quem está na frente, sente um tremor nas pernas quando vê o carro vermelho chegando pelo retrovisor.


Que venham os próximos. A torcida colorada espera ansiosamente por este presente de 100 anos.

Falei! 

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cada um com a sua versão

No jornalismo aprendemos a narrar um fato de forma que o nosso leitor receba a exata informação do que aconteceu, como, onde, quando e porque. Essa é a regra. Mas a vida real mostra situações em que a versão popular é muito mais interessante do que a jornalística. Ou pelo menos mais divertida.


Essa semana, uma farmácia perto da minha casa incendiou. O caso ganhou grandes proporções porque o estabelecimento funciona numa movimentada avenida, que ficou, inclusive, bloqueada na hora do ocorrido. Foi um caos, pois parou várias avenidas no final da tarde, hora de grande movimento. A fumaça e o cheiro tomaram conta do bairro. A imprensa toda cobriu o incêndio. Centenas de pessoas se aglomeravam para ver a ação dos bombeiros. No dia seguinte, havia fotos nos jornais, informando que a farmácia havia pegado fogo e que a causa seria investigada. Jornalisticamente, tudo certo. Mas o povo não se contenta com tão pouco.


É aí que entram em cena as versões populares. Já ouvi três que conseguiram tornar o acidente uma comédia.


A primeira versão foi de um comerciante, vizinho da farmácia. Segundo ele – que fez questão de contar sua história numa riqueza de detalhes de dar inveja aos novelistas – o negócio não ía muito bem. Tratava-se de uma filial relativamente nova, com uma concorrência grande. Nesse caso, segundo o comerciante, os proprietários teriam forjado o incêndio para receber o dinheiro do seguro e investir na outra filial, que fica do outro lado da rua. Nas palavras dele, “como é que pode alguém soldar alguma coisa em cima do estoque de fraldas descartáveis? Só pode ser armação!”


Mas o raciocínio do comerciante não para por aí. Como tramita no Congresso Nacional um projeto para liberar os bingos, ele tem certeza que naquele mesmo prédio, em breve deverá funcionar uma casa de jogos de azar, que será bem mais lucrativa que a farmácia.


No mesmo dia, um pouco após o acidente, uma amiga minha pegou um táxi bem perto do local. A primeira pergunta que o motorista fez foi se ela ficou sabendo do incêndio. A partir daí ele passou a relatar os problemas elétricos que teriam causado o fogo na loja.


Passados dois dias do acidente, ouvi mais uma versão. Eu caminhava bem próximo à farmácia, quando percebi que duas senhoras caminhavam na minha frente falando sobre o caso. Não resisti e resolvi acompanhar a conversa. Segundo a senhora mais entendida no assunto, o negócio foi vingança de mulher traída. O adúltero seria o dono da farmácia.


Cada um com uma história. Cada um com uma versão.


Falei!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Brasília

Nos últimos dias não escrevi nada no blog. Não foi falta de vontade nem de assunto, mas de tempo. Estava em Brasília, cidade em que morei por cinco anos e onde vivem minha irmã, minha mãe e muitos dos meus melhores e mais especiais amigos. Durante os dias que estava lá, tratei de curtir a cidade, que alguns infelizmente classificam de forma caricata como sede da corrupção. Coitados. Esses não conhecem o que tem de melhor nessa cidade que entre tantas qualidades é a capital brasileira.


Se o traçado da cidade é do arquiteto, o céu também é, como bem descreveu o Djavan. Em qualquer lugar que se esteja em Brasília, se tem uma visão de 180º do céu, o que é incrível. É um lugar com muitos horizontes, de uma claridade absurda, de um entardecer colorido, de noites estreladas e com a lua sempre escandalosamente presente.


Se na vida andar no eixo não é tão fácil, em Brasília aprendemos pelo menos a andar “nos eixos”, seja no eixão, no eixinho, ou nos eixos L2, L4, W3... Aprendemos a utilizar confusas siglas de letras e números para definir endereços e depois descobrimos que isso é muito mais lógico que o usual. Temos amigos que moram “no lago” e não são peixes. Conhecemos pessoas que moram no Sudoeste, que não significa outra região, simplesmente o bairro que fica do outro lado do parque.


Os pais dos amigos viram “tios” e nos acostumamos a ir em festas de desconhecidos. Sim, quem mora em casa sempre faz festa e para chegar basta levar a bebida e ter um amigo, que conhece alguém que é amigo do dono da casa. É assim mesmo. E nessa festa, onde se conhece muita gente diferente, quando a bebida estiver deixando o sujeito meio tonto, pode procurar o lugar onde estão servindo os caldos. Toda festa tem caldo – seja de feijão, verde ou vaca atolada – para aliviar a bebedeira. Assim como todo mundo conhece alguém que tem uma chácara. É regra.


Mas o mais especial de Brasília é a possibilidade de se viver a diversidade do Brasil, que lá não é uma teoria, mas a realidade. Ali conhecemos pessoas do Rio, de São Paulo, da Bahia, do Acre, de Minas, de Goiás, do Paraná, do Maranhão e até gente de Brasília. E cada pessoa com seu sotaque, com seu jeito, com seus costumes, com suas história, construindo esse gigante quebra-cabeças que é Brasília.


É por isso que tenho um carinho tão especial por essa cidade e fico tão feliz cada vez que lá estou.


Falei!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Comprou, reformou e mobiliou

Na segunda-feira, após assistir uma parte da entrevista da governadora Yeda Crusius, do PSDB, ao Roda Viva, escrevi no Twitter que senti vergonha de ser gaúcho. Até achei a palavra meio pesada, mas foi o desabafo do momento. Fiquei pensando nos tantos amigos que tenho pelo Brasil e que sempre falam no Rio Grande do Sul como um estado politizado. Imagina se estivessem assistindo àquele monte de absurdos, sem a menor cara de pau, debochando da inteligência dos telespectadores.

Pois bem, mais notícias vêm à tona e eu me conveço que a palavra é vergonha mesmo. Eu tenho, mas pelo visto os nossos governantes nem sabem do que trata, nunca tiveram conhecimento.

Se não bastassem os fortes indícios de que a casa em que mora a governadora Yeda Crusius tenho sida comprada com recursos de campanha e forte ligação com a fraude no Detran, agora surgem novos fatos. Sim, fatos realmente novos, e não requentados, como classifica o governo e a mídia amiga. Uma nota fiscal de materiais de reforma e mobília de um dormitório, cujo comprador é o Governo do Estado, foi entregue na casa de Yeda. Sim, a mesma casa de sempre.

Não precisa pensar para chegar a uma resposta clara. Além de comprar uma casa, parece que reformaram e mobiliaram também. E eu e todo o povo gaúcho pagando essa conta.

É muita falta de vergonha mesmo! É uma bofetada na cara da população.

Falei!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Antes tarde do que nunca

Não tenho absolutamente nada contra o Tite. Nada mesmo. Mas nesses 14 meses que ele esteve no comando do Internacional, nunca me senti empolgado. Repito, nada pessoal, mas começa pelo fato dele ser gremista.

Isso não é radicalismo, é fato. A relações no Rio Grande do Sul são absolutamente polarizadas. No futebol, é extremo. É por isso que o Celso Roth nunca deu certo no Grêmio e o Tite jamais daria no Inter. É a mesma coisa que o Fernandão jogar no Grêmio ou o Ronaldinho Gaúcho no Inter. Não rola.

Mas não é só isso. Tem uma questão de perfil. Esse estilo muito calmo do Tite podem fazer dele uma execelente pessoa e um grande palestrante, mas não um técnico capaz de comandar uma equipe de personalidades tão fortes. Faltava o comando, a liderança.

Uma coisa sempre me chamou a atenção nos jogos do Inter: quando o Tite fazia uma substituição, foram raros os casos que o jogador substituído cumprimentava o treinador ao sair de campo. Ou descia direto para o vestiário ou ficava emburrado no banco. Sinal de que alguma coisa estava errada, que faltava diálogo, coordenação. Uma equipe só alcança o sucesso se estiver sintonizada, motivada, mirando um objetivo comum. E é papel do técnico comandar esse processo.

Acho que essa substituição deveria ter sido feita há bem mais tempo, mais precisamente quando perdemos a Copa do Brasil. Naquela ocasião, Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo estavam desempregados. Escrevi neste blog comentários ásperos contra a direção colorada que me renderam inclusive algumas inimizades. Não me arrependo, acho realmente que a arrogância atropelou o bom senso. Mas agora não adianta mais, é chorar o leite derramado.

O Inter não será mais campeão brasileiro de 2009, assim como o Grêmio não vai disputar a Libertadores do ano que vem. Mas o colorado estará na Libertadores, porque finalmente terá uma movimentação, uma mexida necessária para crescer e chegar entre os quatro.

Desejo sorte ao Tite na sua vida e carreira, desde que longe do Beira-Rio, e aguardo ansioso o trabalho do Mário Sérgio que de cara já deu uma declaração colorada: "O Inter chegará entre os quatro e pode até ser campeão. Mesmo assim eu saio no final do ano. É o mínimo que eu posso fazer por esse clube que tanto fez por mim." Em uma frase ele já falou mais que o seu antecessor falou em mais de um ano.


Bem-vindo Mário Sérgio!

Falei!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mercedes eterna



É uma lástima que algumas pessoas morram. A Mercedes Sosa sem dúvidas é uma delas. Mas ela está eternizada pela sua história e obra incontestáveis.

Valeu Mercedes!

Falei!

domingo, 4 de outubro de 2009

A passividade dos gaúchos

O Rio Grande do Sul sempre se orgulhou de ser o estado mais politizado do país. Mas o mesmo Rio Grande do Sul comemora uma guerra perdida. Portanto, os gaúchos sempre tiveram posições fortes, mesmo que a lógica nem sempre nos favoreça.

Mas já tem algum tempo que eu tenho ficado de cara com o posicionamento da gauchada. Na real eu tenho percebido um conservadorismo que considero lamentável. As coisas vão mal - e muito mal - e todo mundo parece fazer de conta que não é com a gente.

Hoje, domingo, 4 de outubro de 2009, estive em duas atividades que reuniram muitas pessoas. A primeira delas foi um ato show pelo "FORA YEDA", no parque Marinha. Tinha bastante gente. A maioria, militantes de partidos de esquerda, sindicalistas, parlamentares, movimento estudantil e movimentos sociais. Muito legal, mas vi pouco povo, pouca gente comum interessada na causa. Pior, havia uma tentativa de boicote com carros de som anônimos tocando músicas altas passando toda a hora. Houve tentativa de censura também, com a polícia pressionando a liberdade de opinião. Mas isso não causou revolta, a não ser dos que estavam ali. Duvido que isso vire notícia.

Depois disso fui na peça do Rafinha Bastos no Salão de Atos da UFRGS. Também tinha muita gente. Não sei calcular em qual tinha mais, pois um era num lugar aberto e outro num teatro. Mas parto do pressuposto que havia o mesmo número de pessoas nos dois lugares.

A peça do Rafinha estava lotada de pessoas de todas as idades e estilos (a classe social era bem selecionada, já que o ingresso custava R$ 60). Ele é realmente um baita artista, pois segura um espetáculo de 1h30 sozinho, fazendo todo mundo rir o tempo todo com piadas de humor inteligente sobre todos os assuntos, inclusive a política. Sim, ele também falou de política. Começou dando uma alfinetada daquelas no Sarney. Todo o teatro aplaudiu. Como gaúcho que é, logo ele falou da política local e disse que a "Yeda roubou". O teatro ficou silencioso. Pior, olhei pro lado e vi gente discordando.


Será possível que tem gente que acha que toda essa merda que está aparecendo, que os R$ 44 milhões do Detran, que a casa da Yeda são "coisas do PT"? Será que as pessoas não têm mais a capacidade de se revoltar, de ver o que está acontecendo?

Ando muito decepcionado mesmo, pois cresci me orgulhando de pertencer a um povo que tinha opiniões sobre tudo. Agora o mundo caí sobre nossas cabeças como o teto da Renascer em Cristo e ninguém faz nada. A pesquisa Ibope divulgada nesse fim de semana revela que a governadora Yeda Crusius tem 60% de rejeição. E eu pergunto: só? Com todas essas notícias de roubalheira, corrupção, sujeira e a maior cara de pau da história do Rio Grande do Sul, ainda tem 40% do estado que acha que não é bem assim. 40% é minoria, mas ainda é muita gente.

E no programa Polêmica, da Rádio Gaúcha, sexta-feira, 62% dos ouvintes votaram contra as Olímpiadas de 2016 acontecerem no Rio de Janeiro. As justificativas são as mais absurdas, mas para mim a verdadeira é uma só: recalque. Sim, recalque por não ser aqui, por não ter nenhum gaúcho liderando a conquista ou simplesmente porque é mais uma "coisa do PT". O Lula até chorou pela conquista...

Sei que tô meio aspero, mas é que ando realmente meio frustrado com as posições da gauchada. Tô meio preocupado com o nível de conservadorismo e com essa passividade, que não admite que as coisas não vão bem só para não perder a pose do pioneirismo e da inteligência. Só que nessa, só nós estamos perdendo, pois as coisas não evoluem.

Tá na hora de dar uma boa chacoalhada na consciência da galera.

Falei!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O Rio é o Brasil

Prometo deixar minha paixão por esportes e pelo Rio de Janeiro de lado para escrever esse post. Na real eu nem pretendia manifestar minha torcida para que o Rio seja sede das Olimpíadas de 2016, achava que isso era chover no molhado, que todo Brasil estaria mobilizado por isso. Mas me enganei feio. Foi só se aproximar o dia do anúncio do comitê organizador para começarem as manifestações. Grande parte delas contra.

Olha, me desculpem os que divergem, mas é de um raciocínio muito estreito e mesquinho quem é contra. Pior ainda são os argumentos preconceituosos, que tentam falar mais dos problemas do que das virtudes da Cidade Maravilhosa.

Em primeiro lugar é preciso acabar com esse papo de que é o Rio quem disputa. Não é! É o Brasil quem está na luta para atrair o evento esportivo mais importante do mundo, que vai trazer para o nosso país investimentos não só em infraestrutura, mas também em segurança, em desenvolvimento, geração de empregos e muito mais.

Se não bastasse tudo isso, a Copa de 2014 e as Olímpiadas de 2016 serão excelentes oportunidades de o Brasil mostrar para o mundo que é um país capaz de organizar eventos desse porte. Esses dois eventos esportivos terão pouca duração, mas as consequências ficam para sempre, para o Rio e para o Brasil. E tem outra, o Rio é, sempre foi e sempre será a maior vitrine do Brasil lá fora. Então não me venham dizer que tinha que ser em outro lugar.

Estou na torcida e super empolgado com mais essa possibilidade. Acredito no Brasil e torço pelo seu sucesso, pois confio que aquele pensamento terceiro-mundista é coisa do passado, que só resiste na cabeça de alguns que não querem que as coisas andem para frente. Eu quero, por isso quero as Olímpiadas de 2016 no Rio de Janeiro.

Falei!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Overdose de informações

Na minha última ida ao supermercado tive muita dificuldade de escolher um creme dental para comprar, tamanha a variedade existente. São dezenas de nomes, tipos e sabores. Só não sei muito bem para que serve cada um deles.


Sim, eu me dei ao trabalho de anotar que a Colgate pode ser Professional Whitening, Professional Sensitive, Professional Clean, Advanced Fresh, Clean Mint, Max Fresh Cool Mint, Max Fresh Clean Mint, MaxWhite Kiss Me Mint (essa é ótima), MaxWhite Crystal Mint, Sensitive Multi Proteção, Sensitive Original, Sensitive Branqueador, Herbal Branqueador , Bicarbonato de Sódio, Ultra Branco, Tripla Ação Hortelã, Tripla Ação Menta Original, Tripla Ação Menta Suave. Ufa. Mas ainda tem a Colgate Shrek, Barbie, Bob Esponja, Baby Barney e Tandy.


A Sorriso, que aparentemente é mais simples, também se divide nas categorias Fresh Plus Gel, Tripla Refrescância, Whitening Explosion, Dentes Brancos, Super Refrescantes e Herbal. Cada uma dessas conta com vários sabores e cores.


A Close Up tem as linhas White Now, Triple Max, Active Gel, Couble Fresh, Whitening Xperience, Extra Whitening, Triple e Liquifresh. E vou parar por aí, senão eu passava o mês no mercado anotando nomes, tipos e subtipos.


Agora eu pergunto? Para que mesmo as pessoas utilizam cremes dentais? Que eu saiba, todas as pessoas que escovam os dentes, TODAS, querem proteção, bom hálito, evitar as cáries e ter dentes brancos. Ninguém procura um creme dental que deixe os dentes amarelos ou menos protegidos. Mas no fim, o risco pode ser até de uma overdose de informações, tamanha a quantidade de tipos de creme dental.


E pensar que todo mundo viveu tantos anos tendo o Kolynos como única opção...


Falei!



Orgulho brasileiro

Despido de qualquer posicionamento político, preciso comentar o orgulho que senti de ser brasileiro ao ver o presidente Lula no centro das atenções (e da foto) do G20, o fórum que a partir de agora reúne os países mais importantes do mundo.

E o meu orgulho não é só por ser o Lula, mas também por ser o Lula, em quem sempre votei e acredito. É muito simbólico, pois esse é justamente o presidente que sofreu todos os tipos de preconceitos - por não ter curso superior, por não falar inglês, por ser nordestino, por não ter um dedo e por aí vai - e que se firma como um dos mais importantes líderes mundiais.

Mas por outro lado, o orgulho é nacional mesmo, pois o Lula deixará de ser presidente e o Brasil continuará na mesa de discussões, com outros ou outras governantes. E nós brasileiros nos acostumamos com uma visão que nos automenosprezava. Daí vem a cultura de valorizar tudo que vem de fora, de reafirmar os aspectos negativos do Brasil. Agora as coisas se mostram diferentes. Dívida externa e FMI são coisas do passado, o presidente americano se aconselha com o brasileiro e o Brasil passa a ter outros símbolos além do futebol, das praias, do samba e da bunda das mulheres.

Agora o estado brasileiro também é um símbolo para o mundo. E isso me orgulha muito como brasileiro.

Falei!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

É primavera

A estação das flores chegou. Para a maioria pode parecer uma bobagem. Mas para quem sofreu com um inverno rigoroso no Rio Grande do Sul, a troca da estação tem um outro gostinho. As pessoas estão mais alegres, as ruas mais cheias, a vida mais colorida. Essa é a explicação para os bares de Porto Alegre estarem lotados numa noite de terça-feira. As pessoas estavam brindando a nova estação.

Por mais que os alérgicos como eu sofram com a estação das flores e a sua polenização, não há comparação. Tudo fica mais feliz. Os dias começam a ficar mais longos, as pessoas andam mais na rua, começam os planos de férias e o melhor, podemos aposentar os casacos, mantas, tocas, luvas e todos aqueles acessórios que nos fazem parecer astronautas na rua.

Eu gosto muito mais do verão. Mas considero a primavera bem melhor que o inverno. Por isso também brindo a sua chegada.

Falei!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Saudades dessa garra

Faz tempo que não escrevo sobre futebol. Na verdade falta motivação. Mas na rodada desse fim de semana me reencantei e decidi escrever. E essa motivação infelizmente não veio do meu time, que perdeu mais uma vez em uma atuação apática e perdida, mas de uma dupla de jogadores que passei a admirar jogando com a camisa colorada.

A vitória do Goiás sobre o Corinthians por 4 a 1 em pleno Pacaembu teve a marca de dois craques que não têm nada de novos, são bem experientes. Mas o mais marcante na atuação de Iarley e Fernandão é liderança e a motivação que eles exercem na equipe. Foi essa garra que atropelou Ronaldo, Mano, Dentinho e os 35 mil corintianos que estavam no estádio.

O Goiás ganhou mais uma vez, mas essa vitória tem a digital dos dois jogadores. Eles comandaram, lideraram, jogaram, marcaram gols e fizeram toda a diferença. Eu tive a honra de ver esses dois mesmos jogadores fazendo o mesmo com a camisa colorada. Saudades desse tempo. Saudades dessa garra.

Falei!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Opção "Odiar"

7h30 da manhã. Todos os dias, extamente nesse horário o meu celular desperta ao som do Cartola, que me acorda com o verso: "Alvorada lá no morro que beleza, ninguém chora não há tristeza, ninguém sente dissabor...". Tenho duas opções: "Adiar" (que significa mais 15 minutos de sono) ou "Cancelar" (nesse caso é pular da cama imediatamente, sob o rico de pegar no sono de novo e acordar somente às 10h).

Geralmente eu aperto em "Adiar", mas não para dormir mais 15 minutos, mas porque leio ali a palavra "Odiar". Não sou preguiçoso, não sou vagabundo e não gosto de passar o dia dormindo. Ao contrário, em dias como o de hoje, de sol e temperatura amena, até gosto muito de acordar cedo. Mas não na hora que o despertador do meu celular determina, não na hora que o galo ou o Cartola canta, mas na hora que meu relógio biológico resolve despertar. Odeio despertador. Odeio essa imposição. O que adianta acordar cedo e passar o dia com sono?

Fico pensando como tudo seria melhor se não fosse a ditadura dos horários. Repito, não sou vagabundo, mas trabalho com pensamento, com ideias, com criatividade, criação... enfim, a cabeça tem que estar boa para pegar no tranco. Depois vai. Já trabalhei 10, 12, 15 e até 20 horas por dia, sem exagero. Mas a disposição não é programada como um relógio. Ela começa a surgir a partir do momento em que está tudo bem com a pessoa, com o corpo e a mente.

Sei que nada mudará com esse post. Meu despertador continuará fazendo o Cartola cantar ao lado da minha cama amanhã às 7h30 pontualmente, para eu "Adiar", "Cancelar" ou "Odiar", mas seria muito melhor começar a funcionar no horário que a cabeça acorda e não na hora em que o corpo é obrigado a acordar.

Falei!