terça-feira, 15 de setembro de 2009

Opção "Odiar"

7h30 da manhã. Todos os dias, extamente nesse horário o meu celular desperta ao som do Cartola, que me acorda com o verso: "Alvorada lá no morro que beleza, ninguém chora não há tristeza, ninguém sente dissabor...". Tenho duas opções: "Adiar" (que significa mais 15 minutos de sono) ou "Cancelar" (nesse caso é pular da cama imediatamente, sob o rico de pegar no sono de novo e acordar somente às 10h).

Geralmente eu aperto em "Adiar", mas não para dormir mais 15 minutos, mas porque leio ali a palavra "Odiar". Não sou preguiçoso, não sou vagabundo e não gosto de passar o dia dormindo. Ao contrário, em dias como o de hoje, de sol e temperatura amena, até gosto muito de acordar cedo. Mas não na hora que o despertador do meu celular determina, não na hora que o galo ou o Cartola canta, mas na hora que meu relógio biológico resolve despertar. Odeio despertador. Odeio essa imposição. O que adianta acordar cedo e passar o dia com sono?

Fico pensando como tudo seria melhor se não fosse a ditadura dos horários. Repito, não sou vagabundo, mas trabalho com pensamento, com ideias, com criatividade, criação... enfim, a cabeça tem que estar boa para pegar no tranco. Depois vai. Já trabalhei 10, 12, 15 e até 20 horas por dia, sem exagero. Mas a disposição não é programada como um relógio. Ela começa a surgir a partir do momento em que está tudo bem com a pessoa, com o corpo e a mente.

Sei que nada mudará com esse post. Meu despertador continuará fazendo o Cartola cantar ao lado da minha cama amanhã às 7h30 pontualmente, para eu "Adiar", "Cancelar" ou "Odiar", mas seria muito melhor começar a funcionar no horário que a cabeça acorda e não na hora em que o corpo é obrigado a acordar.

Falei!

Um comentário:

  1. Perfeito. Se eu tivesse escrito esse texto, seria exatamente assim... é o que penso e sinto. Beijos

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