terça-feira, 6 de outubro de 2009

Antes tarde do que nunca

Não tenho absolutamente nada contra o Tite. Nada mesmo. Mas nesses 14 meses que ele esteve no comando do Internacional, nunca me senti empolgado. Repito, nada pessoal, mas começa pelo fato dele ser gremista.

Isso não é radicalismo, é fato. A relações no Rio Grande do Sul são absolutamente polarizadas. No futebol, é extremo. É por isso que o Celso Roth nunca deu certo no Grêmio e o Tite jamais daria no Inter. É a mesma coisa que o Fernandão jogar no Grêmio ou o Ronaldinho Gaúcho no Inter. Não rola.

Mas não é só isso. Tem uma questão de perfil. Esse estilo muito calmo do Tite podem fazer dele uma execelente pessoa e um grande palestrante, mas não um técnico capaz de comandar uma equipe de personalidades tão fortes. Faltava o comando, a liderança.

Uma coisa sempre me chamou a atenção nos jogos do Inter: quando o Tite fazia uma substituição, foram raros os casos que o jogador substituído cumprimentava o treinador ao sair de campo. Ou descia direto para o vestiário ou ficava emburrado no banco. Sinal de que alguma coisa estava errada, que faltava diálogo, coordenação. Uma equipe só alcança o sucesso se estiver sintonizada, motivada, mirando um objetivo comum. E é papel do técnico comandar esse processo.

Acho que essa substituição deveria ter sido feita há bem mais tempo, mais precisamente quando perdemos a Copa do Brasil. Naquela ocasião, Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo estavam desempregados. Escrevi neste blog comentários ásperos contra a direção colorada que me renderam inclusive algumas inimizades. Não me arrependo, acho realmente que a arrogância atropelou o bom senso. Mas agora não adianta mais, é chorar o leite derramado.

O Inter não será mais campeão brasileiro de 2009, assim como o Grêmio não vai disputar a Libertadores do ano que vem. Mas o colorado estará na Libertadores, porque finalmente terá uma movimentação, uma mexida necessária para crescer e chegar entre os quatro.

Desejo sorte ao Tite na sua vida e carreira, desde que longe do Beira-Rio, e aguardo ansioso o trabalho do Mário Sérgio que de cara já deu uma declaração colorada: "O Inter chegará entre os quatro e pode até ser campeão. Mesmo assim eu saio no final do ano. É o mínimo que eu posso fazer por esse clube que tanto fez por mim." Em uma frase ele já falou mais que o seu antecessor falou em mais de um ano.


Bem-vindo Mário Sérgio!

Falei!

Um comentário:

  1. Olha, eu concordo com muitas coisas do que disseste aqui. Entretanto, de minha parte, há radicalismo, sim! Colorado é colorado e gremista é gremista. Eu não respeito nem colorado e nem gremista que fica sobre o muro. Bom colorado e bom gremista é "anti" o outro.

    Além disso, o Tite me lembra certos metidos à "capa-preta" do nosso meio, que fazem meia dúzia de citações de clássicos, para parecerem os grandes intelectuais.

    Durante a estada de Tite no Inter ele repetiu milhões de vezes que era necessário "equilíbrio". Não sei se por achar a frase de efeito, mas que ele tenha equilíbrio o suficiente para assumir-se como um gremista e que, como tal, não conseguiu ser mais profissional que gremista.

    Já foi tarde. Não tenho grandes expectativas com Mário Sérgio, mas pior do que com Tite não há como ficar.

    Falei, também! Beijos.

    ResponderExcluir