segunda-feira, 29 de março de 2010

A volta dos que não foram

No dia de hoje, após comemorar seu aniversário, Porto Alegre viveu mais um abandono, o que já se tornou rotina nos últimos anos. Só que dessa vez não é o abandono das praças, parques, da saúde ou da educação – tragédias que de tão corriqueiras, se naturalizaram. Agora foi o prefeito José Fogaça quem renunciou ao mandato.

Foram pouco mais de cinco anos na prefeitura. Se fizermos uma análise mais fria, parece que foi ontem que vimos aquele sujeito sem nenhuma energia nem entusiasmo, mas com ar de bom moço se apresentando como a pessoa que pacificaria a cidade – como se antes vivêssemos uma guerra - , mantendo o que estava bom e melhorando o que não estava. Depois desse tempo todo, tenho certeza que qualquer cidadão terá dificuldade de identificar uma única marca dessa gestão insípida, inodora e incolor. Sem obras, sem investimentos e sem respeito com a população. O que vimos crescer foram os buracos nas ruas, o mato nas praças e parques, a violência, os problemas no trânsito, a quantidade assustadora de pessoas vivendo nas ruas, o caos na saúde e a corrupção. É por isso que analisar é mais fácil, pois para quem vive o cotidiano da cidade e enfrenta o descaso, esses cinco anos foram uma eternidade.

Seria cômico se não fosse trágico, mas talvez as duas únicas coisas que o senhor José Fogaça tenha conseguido fazer por Porto Alegre foi uma música – exaustivamente cantada pela sua esposa em comerciais de TV – e ter deixado a Prefeitura, saindo de um lugar onde parece que nunca esteve.

Espero que essa lua cheia que preenche o céu da nossa capital hoje, ilumine essa cidade e esse povo, para que não perca a capacidade de sonhar e acreditar naquela Porto Alegre que já foi a capital da qualidade de vida, a referência em participação popular que recebeu o mundo todo em várias edições do Fórum Social Mundial. Podemos sonhar e podemos ter tudo isso e muito mais, só depende das nossas escolhas. Mas escolhas certas, afinal de contas o último prefeito escolhido pelo povo, escolheu cair fora, mesmo sem nunca ter estado de fato dentro.

Falei!

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