quarta-feira, 22 de julho de 2009

O clube de um lado só

Eu sei que eu falo demais de futebol. Até eu me irrito comigo mesmo. Mas o que posso fazer se sou fanático e muito crítico? Tenho que externar minhas opiniões, afinal foi para isso que criei esse blog.

Bom, acordei com a notícia de que o Muricy Ramalho foi contratado pelo Palmeiras. Fiquei frustrado, pois acho que o Inter perdeu a chance de contratar um grande treinador e, com isso, dar uma movimentada, avançar. Que fique claro que não tenho nada pessoal contra o Tite - apesar de saber que ele é gremista, o que todo mundo sabe - mas acho que o trabalho dele deixa a desejar, em especial pela falta de atitude. Quero ganhar, independente do treinador. Sou colorado e não "Titista", "Muricista" ou qualquer outro "ista" que possa existir.

Mas a notícia do Muricy me fez pensar melhor e me dei conta que o meu sonho e de tantos outros colorados de que ele retornasse ao Inter não passou de uma baita ilusão. O Muricy não serve ao Inter. Quem serve é mesmo o Tite. E explico o motivo.

É inegável os méritos do grupo que dirige o Internacional nos últimos anos, liderados por Fernando Carvalho e Vitorio Píffero. Foi essa direção que nos levou às maiores conquistas da história. Incontestável. Só que essa senda de vitórias acabou esmagando a oposição e qualquer voz divergente no colorado. Ninguém contesta a direção, o futebol, o treinador, o time. A direção é quem manda e ponto final. O Inter tornou-se um clube de um lado só, de uma única opinião, sem espaço para o contraditório.

Isso não é bom. Quero deixar claro que na condição de sócio sou eleitor da atual direção. Mas uma oposição atuante e com voz faz bem para o clube. Em qualquer processo é assim. Não quiseram o Muricy porque ele é a autoridade maior do time que comanda. A voz do vestiário é a dele. Ele decide. Mas daí abriria espaço para divergência, o que causa calafrios na direção. Com o Tite está tudo sob controle, pois ele é influenciável, atende às ordens da direção.

Só que essa estreiteza de visão está sendo prejudicial ao Internacional. Começamos o ano como um dos favoritos a ganhar tudo que disputássemos. Fizemos uma campanha invejável no Gaúchão, chegamos à final da Copa do Brasil, disputamos a Recopa e liderávamos o Brasileirão. Só que a maionese começou a desandar, perdemos duas finais para o Corinthians e para a LDU e o discurso foi que a prioridade era o Brasileirão. Só que por ali as coisas começaram a não dar tão certo também e ontem ouvi uma entrevista do capitão Guiñazu dizendo que ainda estamos no G4 e por isso não há crise.

Se não há crise, há um conformismo muito grande. Se há pouco queríamos ser campeões de tudo, agora aceitamos estar no G4, daqui a pouco podemos estar felizes por não sermos rebaixados.

Não entendo, mas a quem agrada isso? Quem tem a ganhar com isso?

Não quero liderar nenhuma campanha contra a direção, mas acho que tá na hora de acender as lamparinas do juízo lá para os lados de Beira-Rio. Queremos ser campeões, isso que importa, independente de quem manda, de quem decide, de quem treina. O mérito deve ser colorado.

Mas para não dizer que não falei de flores, duas boas notícias: parece que o Nilmar fica no Inter e que o capitão Fernandão está voltando. Que assim seja!

Falei!

Um comentário:

  1. Estou de volta. Também como colorado apaixonado concordo com tudo que vc. falou.
    No futebol, assim como em várias outras coisas, o que importa é o resultado e ponto. Um time é evidenciado quando tem resultado. Do contrário, tudo vira defeito. É assim na vida.
    Pelo amor de Deus, não vamos desistir de lutar pelo que acreditamos. E nós acreditamos no nosso colorado.
    Bjs.

    Pedro Monteiro (seu orgulhoso pai)

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