sexta-feira, 3 de julho de 2009

Falando sério

É difícil para um colorado tão apaixonado como eu se posicionar de forma imparcial sobre futebol. Mas vamos falar sério, o sonho acabou para os dois principais times do Rio Grande do Sul. Na verdade, ambos foram chamados de volta à realidade, para colocar o pé no chão e se conscientizar sobre o atual momento.

Vou começar pelo meu Inter. Fizemos uma campanha impecável no Gaúchão, ganhando o título de forma invicta e em uma final histórica, com placar de 8 x 1 sobre o Caxias. Fomos avançando na Copa do Brasil, apesar de um tropeço lá no início, e nos mantivemos muito bem no Campeonato Brasileiro, o qual dividimos a liderança com o Atlético Mineiro na oitava rodada.

Mas eis que o Dunga convoca o Kléber e o Nilmar para a Seleção e a maionese desandou. Começamos a assistir a um time apático em campo, com um série de falhas tanto na defesa quanto no ataque. Olha, um time que realmente disputa ser o melhor do Brasil, não pode ficar dependendo somente de um ou dois jogadores. A equipe tem que estar coesa e o banco tem que estar tão preparado quanto os titulares. Precisa dessa sintonia e, principalmente, precisa de liderança. Nesse sentido acho que o nosso técnico é falho. Não me conformo em ver o treinador de braços cruzados na beira do campo no momento em que o time por ele liderado leva dois gols sem reagir, num momento em que precisa fazer cinco.

Não deu outra, perdemos a Copa do Brasil. É evidente que eu não queria perder, ainda mais para o Corinthians. Mas não dá para negar que o time paulista mereceu, simplesmente porque jogou melhor nas duas partidas da final. Mas esse título que escapou por entre os dedos serve para arrumar a casa, para se ter a humildade de reconhecer os erros e consertá-los para fazer bonito no Campeonato Brasileiro, que ainda tem 30 partidas até dezembro.

Com o Grêmio eu acho que a situação é um pouco pior. O time focou na Libertadores. Qualquer um faria isso. Só que não ficou atento aos sintomas da catástrofe. A quase imperceptível passagem pelo Gauchão, além do fraco desempenho no Brasileirão, eram sinais de alerta ignorados pelos gremistas. Só pensavam no tal tri da Libertadores, mas não se dando conta de que se tratou de uma competição atípica, com um monte de times de nome estranho que ninguém tinha ouvido falar até hoje, clubes mexicanos eliminados por conta da gripe e o Boca Juniors desclassificado por antecipação. Não deu outra, quando se deparou contra um time realmente forte, o Cruzeiro, caiu a ficha gremista.

A verdade é que o Grêmio não conta com um bom time. Teve sorte em muitos jogos e nas circunstâncias, além de algum momento de destaque dos talentos individuais. Mas focaram todo o semestre numa única competição e acabaram perdendo o semestre. Agora têm que correr atrás do prejuízo no Brasileirão, além de ter que arrumar a casa de verdade, pois não dá para tapar o sol com a peneira. O time do Grêmio é frágil e, se continuar assim, os gremistas podem começar a se preocupar, pois há risco de voltar para aquela divisão que já estiveram duas vezes: a segundona.

Mas como não poderia deixar de ser, preciso encerrar tocando uma flauta. Afinal de contas, quarta-feira recebi tantas ligações, mensagens e e-mails que não poderia deixar de responder, mas é claro, com a grandeza de quem sabe esperar o momento certo de retrucar:

Falei!

Um comentário:

  1. Putz, vc escreve muito bem! Adorei o texto e tbm a zuação. KKK Mesmo assim, coitado dos gremistas! E não fique triste com teu inter, não dá pra ganhar sempre né? Assim estou eu com o meu São Paulo!
    Bjks

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