Sempre achei o Judiciário o pior dos poderes. Não que seja desnecessário, mas pela distância que tem da população. Quase ninguém sabe quanto ganha um juiz ou um ministro do Supremo. Ninguém toma conhecimento como são feitas as nomeações de seus assessores nem muito menos como são pagas as viagens dos Excelentíssimos magistrados. Eles não precisam prestar contas do que fazem, afinal não dependem do voto popular para ocupar o cargo. Estes podem, de fato, se lixar para a opinião pública.
E pelo visto estão se lixando mesmo. As decisões do Judiciário ultimamento são escandalosas. Se não bastasse dizer que qualquer um pode ser jornalista, afinal exercer essa profissão é que nem cozinhar, se aprende na prática, agora os nobres ministros resolveram naturalizar a exploração sexual infantil.
O Superior Tribunal de Justiça inocentou dois homens que exploraram sexualmente de duas adolescentes por entender que as meninas já eram prostitutas profissionais e que eles são simplesmente clientes ocasionais. Portanto, não há crime, uma vez que eles pagaram para manter relações sexuais com as meninas de 12 e 13 anos. O único crime, na opinião do STJ, foi eles terem fotografado as meninas nuas.
O precedente está aberto. Agora os tarados podem sair abusando das meninas, desde que paguem. O Judiciário lhes garante a integridade, pois são clientes. Se elas não fizerem o serviço direitinho, podem reclamar no Procon. Provavelmente algum advogado vai entrar com o processo para que o freguês receba seu dinheiro de volta. Afinal de contas, o Judiciário medieval brasileiro considera que as meninas estão ali para isso mesmo. Elas devem inclusive ter se insinuado para os clientes, que são homens, e todo mundo sabe né, ninguém é de ferro...
Enquanto isso, não vejo nenhum juiz ou ministro do Supremo falar nada sobre os atos secretos do Sarney. É muita cara de pau desse Poder Judicário.
Falei!
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